quinta-feira, 3 de setembro de 2009

1º dia de escola...

Hoje foi, enfim, o primeiro dia de escola.
E com ele o iníco da minha dor de alma.

Por mais que me tente centrar nas coisas boas, que ele vai crescer mais, que vai socializar com outros miúdos, que vai ganhar autonomia, que vai aprender coisas novas, mesmo assim, não consigo deixar de sentir esta angústia.

Mesmo que tente encarar na perspectiva de que vou ter enfim tempo para as minhas coisas, para ir ao ginásio descansada, para fazer compras pra mim, para descansar um pouco mais, no fundo para investir um pouco mais em mim, que acho que já é algo que anda a faltar há muito tempo e que vai pesando...ainda assim, não consigo!

Gosto da escola, da directora, da professora e das auxiliares, do projecto pedagógico. Confesso que deposito bastante confiança na instituição (espero não me enganar). Mas não consigo deixar de olhar para tudo isto como se fosse um depósito de crianças.

Hoje, como foi o primeiro dia, pude estar com ele na sala. Estivemos cerca de uma hora e meia os dois e depois viemos embora. Correu muito bem. Chegou lá desatou aos abraços às funcionárias (directora, professora e auxiliares incluídas), para meu grande espanto. Ele é bastante sociável, mas daí a ir a correr dar abraços..
Só me chamou na resolução de conflitos. Quando não lhe davam os bonecos que entendia ou quando vinham tentar tirar-lhe os dele, lá vinha o "mãeeeeee" (eheh...cómico).
De resto, brincou, conheceu o espaço, interagiu com colegas e funcionárias, tudo ok.

Mas enquanto tudo isto se passava, eu observava. E não consigo deixar de pensar que me parece muito injusto ter um filho para depois ter que depositá-lo um sítio destes. Ele ainda é tão pequeno, como é que pode estar certo ter de o deixar uma data de horas ao cuidado de outras pessoas onde, quer queiramos quer não, não tem a mesma atenção que teria comigo.

Faz-me confusão como é que apenas três funcionárias conseguem cuidar de tantos miúdos (e sim, está tudo dentro dos números legais).

E nem quero pensar nos que têm que ir ainda mais novinhos. Custa-me tanto! (E eu, que fui para a escola aos 3 meses, e cá estou para contar a história e sem traumas..ihih)

Enfim, talvez seja por serem os primeiros dias, talvez sejam as hormonas ou sou eu que sou demasiado mãe-galinha, sei lá. Talvez daqui a pouco tempo olhe para tudo isto de outra perspectiva e veja que o panorama não é assim tão mau...mas até lá...

6 comentários:

Gaivota disse...

Custa sempre, é verdade que sim. Mas quando comeres a vê-lo a ganhar novos afectos, novas brincadeiras e aprendizagens também esse peso se começa a atenuar. Espero que a escolinha seja boa e acolhedora, pois é de facto o que conta mais. E tu também vais redescobrir de ser novamente mulher e não apenas mãe ;)

Beijos
p.s - ainda estou á espera das fotos... ;)

Gaivota disse...

Em cima é começares e não comeres, claro...

Paula disse...

Este sentimento de "abandono", não nos larga.
E há lados negativos, claro que há, mas também há muitos positivos.
As crias, as nossas crias, não são só nossas, são do mundo.

Beijinhos

Raquel Ribeiro disse...

Finalmente noticias vossas. Ele está quase a completar 2 anos!!! O tempo corre...eu que guardo a imagem do Duarte de meses deliciado com um pacote de açucar!!!
Quanto ao colégio:
É natural que sintas isso, é mais um corte do cordão umbilical, mas faz parte do crescimento deles como seres sociais que são! Vais ficar espantada com a capacidade de adaptação do Duarte!!! é claro que em alguns dias ficará melhor noutros pior, mas vais tu tembém aprender a lidar com isso e com os teus sentimentos.


beijokas

Rita Correia ilustradora disse...

Como, como te compreendo. Somos mesmo umas mães galinha, sem dúvida. Embora vejamos que as pessoas que ficam com eles sejão umas queridas... ficamos sempre com o coração nas mãos :))
Tal como faz parte do crescimento deles, também faz parte do nosso :)
Beijinho

Mamã Pirata disse...

Olá!
Este post vem mesmo de encontro com os meus sentimentos,Estou cm tu .Triste pq o deixei a chorar na creche pq Ele e eu ainda não aprendemos a virar as costas.
Mas tb sei que demos um bom passo em frente e vamos ter frutos disso mesmo.
Um beijo sentido de mãe.