As birras chegaram para ficar. E o desafio constante também.
O safadinho do miúdo tem uma personalidade muito forte e é determinado.
Hoje, ao jantar, mordeu-me. Não foi nada de especial mas para que ele percebesse que não está correcto fingi que me tinha doído muito.
Ele ficou a olhar para mim..não consegui descodificar a sua expressão nem o que estaria a pensar.
A seguir tentou fazê-lo outra vez. Eu disse-lhe que não, o pai ralhou. Agarrou no prato e mandou o arroz ao ar com o ar mais divertido do muito. Ralhámos novamente. Em seguida tentou mandar não sei o quê ao chão. Ralhámos outra vez. Desatou num pranto, de lágrimas e tudo (quando chora com lágrimas é porque a coisa é séria)!
Acabei por lhe dar colinho, enquanto lhe explicava o que fez de mal e porquê.
Acalmou-se, mas partiu-me o coração.
Sei que fez aqueles disparates todos de seguida porque se sentiu perdido. Senti-o...
Ele não estava à espera que me doesse realmente a dentada, e quando viu que me tinha "doído" ficou sem saber o que fazer. Acabou por culminar tudo numa explosão de choradeira, à procura de um porto de abrigo: "minha mamã..'cólho' mamã".
Claro que não fui capaz de não lhe dar cólo. Mas tentei explicar-lhe com calma e meiguice o que se tinha passado. E doeu-me. Tenho dificuldade em ralhar com ele neste tipo de situações. Sei que ele precisa de aprender que há certas coisas que não se fazem, que não estão certas, mas custa-me vê-lo quando sente a sério o ralhete e fica sentido, apesar de tudo.
Prevejo tempos complicados. É necessário transmitir valores. Mostrar-lhe que há certas acções dele que podem magoar os que o rodeiam. Mas ás vezes é tão difícil ralhar...
Ninguém me disse que isto ia ser fácil...
O meu irmão Nikita não voltará a Kharkiv.
Há 3 semanas
3 comentários:
Pois não é nada fácil ralhar mas sabes, às vezes resulta mais tentar distraí-los daquilo que os está a provocar a birra do que propriamnte contrariá-los. Claro que tens de lhe ensinar que não se morde, mas opta por um rotundo e fime 'Não' e não fales mais nisso. Afasta-te e mostra-te desagradada sem ser zangada. Eles percebem bem que fizeram asneira. Não brinques com ele logo de imediato. Custa, mas há que impôr limites senão hoje é a mão, amanhã é o braço...
Um beijinho e boa sorte. Pois ninguém disse que era fácil não.
Entendo-te tão bem. Custa muito. Mas acho que vai custando menos. Nós também aprendemos com estas coisas e pensamos nelas e em como queremos agir para a próxima. Eles testam-nos, faz parte.
Beijos
Para quando um encontro?!?! tenho saudades de vos ver!!!
beijokas
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